Faltam 30 dias para as 500 Milhas de Indianápolis. Uma prova por muito tempo também conhecida por ocorrer, seja qual for a circunstância, no dia 30 de maio. Mesmo se esta data caísse numa segunda, terça, quarta, quinta ou sexta-feira. Não importava: a data representava um feriado nacional dos EUA, que só foi ajustado há 50 anos, o que fez o dia da corrida mudar também.
Até 1970, o Memorial Day, feriado nacional em homenagem aos americanos que morreram a serviço das Forças Armadas, ocorria em 30 de maio. Se a data caísse num domingo, o Memorial Day iria para a segunda-feira, dia 31 – e levava as 500 Milhas de arrasto. Ou seja, não era difícil que a principal prova de automobilismo do mundo caísse num dia aleatório. Era possível ver campeões como Jim Clark ou Graham Hill cruzarem o Atlântico em busca da glória e terem de entrar na pista em plena quinta-feira às 11 da manhã, tradicional horário da largada da corrida.
Essa tradição durou justamente até 1970. A partir do ano seguinte, o Memorial Day passou a ser celebrado na última segunda-feira do mês de maio, como é até hoje. As 500 Milhas chegaram a ocorrer no sábado do fim de semana de feriado prolongado em 71 e 72. Em 73, a prova foi no dia do feriado, segunda-feira. A partir de 74, estabeleceu-se o formato atual: a prova sempre acontecerá no domingo que antecede a última segunda-feira de maio – e, evidentemente, o feriado federal.
A última edição fixa em 30 de maio foi a primeira de quatro vencidas por Al Unser. E com todo o mérito: Big Al largou na pole pela única vez na sua longa carreira em Indianápolis e liderou 190 voltas até vencer pela primeira vez, um dia após completar 31 anos de idade. O triunfo do Colt-Ford #2 também foi muito comemorado pela equipe Vel’s Parnelli. Com a vitória, o já ex-piloto Parnelli Jones – que iniciou o time no ano anterior, em sociedade com Velko «Vel» Miletich -, campeão da prova em 1963, juntou-se a Pete DePaolo como o segundo homem a faturar as 500 Milhas como piloto e chefe de equipe.
A prova foi um reflexo da temporada dominadora que Al Unser, o pai, teve na Fórmula Indy daquele ano: foram 10 vitórias em 18 provas. Fez mais do que o dobro da pontuação do vice-campeão, seu irmão mais velho Bobby Unser, que também havia conseguido ganhar o campeonato e as 500 Milhas pela primeira vez apenas dois anos antes. O feito seria repetido por um terceiro membro da família, Al Unser Jr., em 1994, pela Penske.
A segunda posição, diga-se, ficou com um competidor de um time que havia iniciado sua trajetória em Indianápolis no ano anterior: Mark Donohue, vencedor em 1973 e que corria justamente pela Penske. O melhor rookie, numa ótima quarta posição, foi Donnie Allison, famoso pela carreira na Nascar e por ser parte da chamada Alabama’s Gang (Gangue do Alabama) na categoria dos Stock Cars. Aliás, no fim de semana anterior às 500 Milhas, Allison, com um Ford, faturou a edição daquele ano da Coca-Cola 600 – então chamada World 600 -, em Charlotte, a prova especial de Memorial Day criada anos antes pela categoria da família France.